Desde 2009 que o LINI tem vindo a aplicar um inquérito sobre a utilização da Internet pelos portugueses maiores de 15 anos, onde são abordados vários aspectos da Web 2.0. Na sua edição do ano passado (2010), os resultados revelam que:

estudoLINI UMICUMIC

1. Quantos somos?
56.4% dos Internautas nacionais (estes são apenas 48.8% da população portuguesa com mais de 15 anos) utiliza as redes sociais, com uma frequência maioritariamente diária.

2. Quem somos?

O utilizador típico das redes sociais é do sexo feminino e jovem: 60.7% de mulheres contra 52.3% de homens. Em termos etários, verifica-se que a taxa de utilização entre os 15-24 anos atinge o valor expressivo de 74.7%, para decair logo no escalão seguinte (25-34 anos) para os 57.1%, chegando ao dos +65 anos apenas com 22.2%. É de destacar, no entanto, que a taxa de utilização no escalão anterior a este último (55-64) é ainda significativa, na ordem dos 42.9%. O crescimento de utilização pelos mais velhos parece ser confirmado por um estudo da MARKTEST relativo ao ano de 2010 que revela que o maior crescimento na utilização das redes sociais se deu na faixa etária dos maiores de 45 anos.

3. Por onde andamos na Web 2.0?
O hi5 continua a ser a rede social genérica de preferência dos portugueses, embora enfrentando uma forte competição do Facebook: entre 2009/2010 a taxa de utilização do primeiro cai 5.2%, enquanto o segundo sobre vertiginosamente de 7.4% para 39.7%. No entanto, outros resultados revelam que o hi5 foi definitivamente destronado na preferência dos portugueses no final de 2010.
Logo depois destes dois gigantes em termos de taxa de utilização, as plataformas que se seguem apresentam valores muito mais modestos: Twitter com 7.9%, Myspace com 6.6% e Orkut com 5.7%. Comparando a situação entre 2008/2009 e 2010 para estes casos verifica-se, em primeiro lugar, a entrada em cena do Twitter que estava ausente da tabela dos 5+ de 2008 e uma descida quer do Myspace, quer do Orkut. A posição do YouTube tem igualmente vindo a reforçar-se junto dos internautas portugueses, ocupando em Novembro de 2010, a segunda posição nas redes sociais mais acedidas.
Em Março de 2011, o ranking divulgado pela empresa Alexa para Portugal incluía várias plataformas de redes sociais, cujo grupo pode ser escalonado da seguinte forma:
1º – Facebook, 2º – YouTube, 3º – hi5, 4º – Twitter, 5º – Linkedin, 6º – Flickr, 7º- Badoo, 8º- Myspace.

4º O que fazemos?
Maioritariamente, comunicamos!: verifica-se que são as funcionalidades ligadas à comunicação as maioritariamente usadas, nomeadamente o envio de mensagens com 84.4%, a utilização da conversação em tempo real com 47.9%, a procura/sugestão de outros amigos para adicionar com 47.3%, a criação de álbuns de fotos com 46.3% e ainda criar/aderir a grupos, com 32.1%. Funcionalidades mais ligadas ao entretenimento, como a utilização de jogos, ocupam também uma percentagem importante na ordem dos 42%. No entanto, já a actividade de publicar comentários no mural, uma das principais vias para a partilha de informação, pensamento ou opiniões tem uma taxa de utilização bem mais baixa (25.4%), ocupando o 6º lugar em 15. Ainda entre os 20% e os 30% encontramos funcionalidades como alertas de aniversários de amigos (26.7%), enviar presentes virtuais (24.8%) e apoair/aderir a causas (23.2%). As funcionalidades menos utilizadas são: criar aplicações (9.2%), consultar oráculos (10.8%), quizes/testes (16.8%), divulgação de eventos (17.8%) e fazer posts de músicas de videos (18.4%).
Homens e mulheres utilizam estas funcionalidades com um peso diferenciado, para além da actividade principal de envio de mensagens com taxas semelhantes entre os dois sexos. As funcionalidades com um perfil de utilização mais masculino são a procura/sugestão de amigos para adicionar, os jogos e a conversação em tempo real; enquanto as mulheres utilizam mais os alertas de aniversários, os comentários no mural, os quizes/testes, a divulgação de eventos, a consulta de oráculos, o envio de presentes virtuais, a criação de álbuns de fotos e o apoio/adesão a causas.

Num momento em que já não é possível às bibliotecas encarar de forma amadora e experimental a participação na Web 2.0, estes resultados (e outros que o relatório do LINI também revela) são absolutamente fundamentais para a definição de uma estratégia consequente.

O relatório A utilização de Internet em Portugal 2010 pode ser consultado aqui (http://www.umic.pt/images/stories/noticias/Relatorio_LINI_UMIC_InternetPT.pdf).

Paulo Leitão

Similar Posts