Dália Guerreiro 

bib vazia

Com o avanço da pandemia do Covid-19 e a declaração do estado estado de emergência e sua posterior renovação, as instituições de ensino superior encerraram e, com elas, as respetivas bibliotecas.

No entanto, o trabalho na biblioteca continuou. Nas respetivas instalações ou em teletrabalho, mantiveram-se as tarefas inerentes ao funcionamento habitual:

  • Rever os catálogos;
  • Renovar os empréstimos;
  • Catalogar as novas aquisições e as doações;
  • Otimizar os respetivos sites, para um aceso mais intuitivo aos recursos digitais;
  • Disponibilizar novos recursos em linha, cedidos pelas editoras;
  • Adaptar o empréstimo domiciliário, tornando-o não presencial.

As bibliotecas, assim como as restantes instalações do ensino superior, foram repetidamente limpas e desinfetadas, mas será isso suficiente para a reabertura dos espaços?

Em que condições a biblioteca universitária deverá reabrir? Já vários organismos ponderaram a questão, e refletiram sobre esta temática, nomeadamente:

 

Encontramos informação mais direcionada em:

Acesso à biblioteca

O número de utilizadores e de funcionários tem de ser limitado, de acordo com as orientações da DGS. Todos devem usar máscara e é necessário que haja álcool-gel disponível para uma desinfeção adequada. No atendimento ao público, também se deveria utilizar luvas.

Reconfiguração do espaço

A fim de manter a distância social de segurança, o número de lugares na biblioteca terá de diminuir drasticamente. De preferência, deve ficar apenas uma cadeira por mesa. O mesmo se aplica aos postos de trabalho com computador. Ou se aumenta o espaço entre eles (cerca de 2 m) ou se coloca anteparos de acrílico ou outro material.  Neste caso, o anteparo deve ter uma altura mínima de 1,5 m acima do plano de trabalho.

Os balcões de atendimento também devem estar equipados com anteparas de acrílico, adequadas ao atendimento.

Higienização

Sempre que um utilizador saia da biblioteca ou que um funcionário termine o turno, deveria ser feita uma rigorosa higienização das superfícies. Em extremo, sempre que as casas de banho forem utilizadas, deveriam ser igualmente integralmente higienizadas. Caso não seja possível, é recomendável uma limpeza regular várias vezes por dia.

Se é difícil aplicar uma rigorosa limpeza aos espaços e equipamentos, no caso dos livros, a situação é mais complexa. Segundo o blogue da BNE , o vírus pode viver “hasta 4 días en el papel.” Havendo acesso livre às obras, qualquer utilizador que seja portador do vírus o pode transmitir aos livros e, daí, iniciar uma nova cadeia de infeção. Sugere-se, por isso que a leitura mediada por um profissional possa ser mais seguro. No caso dos empréstimos,  o controle é mais fácil, pois as obras devolvidas podem ser colocadas em quarentena ou ser desinfetadas através de ultravioletas. Este procedimento, porém, não recolhe unanimidade (ver por exemplo: How to Sanitize Collections in a Pandemic).

Apenas foram referidas algumas das muitas reflexões que estão disponíveis sobre as bibliotecas e o Covid-19. Não foi abordada a problemática das bibliotecas públicas, as quais têm características  muito próprias.

Todos os procedimentos inerentes à reabertura das bibliotecas assustam um pouco, mas, com determinação e bom senso, a reabertura será feita em segurança.

Cite this article as: Guerreiro, Dália, “Biblioteca Universitária: e depois?,” in Bibliotecas e humanidades digitais , 22/04/2020, https://bdh.hypotheses.org/2650.

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