AntónioPinaFalcão

Há quanto tempo é associado da BAD?
Há 44 anos, ou seja, desde 1977.

Em três adjetivos como tem sido esta “relação”?
Em mais de quatro décadas como associado e como dirigente associativo beneficiei de uma relação que se traduziu numa vivência profissional e humana muito enriquecedora, extremamente desafiante e altamente afetuosa.

Numa frase, como convenceria alguém a associar-se à BAD?
Ser associado da BAD, envolvendo-se nas suas atividades, é construir oportunidades únicas de desenvolvimento profissional, ganhar uma consciência cívica que beneficia toda a comunidade e criar laços afetivos que perduram para a vida. É também partilhar com os outros membros da Associação a alegria de vencer desafios e transformar as ameaças em oportunidades, continuando a construir, no dia a dia, uma instituição incontornável na promoção das bibliotecas e dos arquivos portugueses e dos respetivos profissionais, honrando, assim, o legado dos que foram seus fundadores e anteriores responsáveis.

Como associado, o que a BAD ainda não tem para lhe oferecer?
A História da BAD que, espero, possa ver a luz do dia por ocasião da celebração do seu cinquentenário, em 2023.

Que mensagem gostaria de deixar aos novos profissionais relativamente ao associativismo?
Uma associação profissional constitui-se e mantém-se pela livre vontade dos seus membros, tendo como objetivo a defesa de interesses profissionais e sociais. Nesse sentido, o envolvimento de todos os associados é fundamental para cumprir a missão da instituição a que deram a sua adesão de forma voluntária. Ser membro de uma associação não é, consequentemente, beneficiar apenas dos serviços que a mesma proporciona em troca do pagamento de uma quota. É muito mais do que isso. É dar a colaboração que estiver ao alcance de cada um, num espírito de entreajuda e partilha mas também de debate frontal, por forma a construir as melhores soluções para a vida interna da associação e para a sua intervenção no plano político e social. As ferramentas tecnológicas que atualmente temos ao nosso dispor facilitam a participação na vida associativa de uma forma inimaginável há vinte, trinta ou quarenta anos, quando tudo passava por reuniões e iniciativas realizadas com a presença física dos participantes. São conhecidas as enormes limitações ou mesmo o impedimento que tal circunstância colocava àqueles que por razões pessoais, familiares ou de local de residência não podiam deslocar-se. O tradicional défice de participação na vida interna da BAD e as dificuldades que isso tem criado a quem tem tido responsabilidades de gestão pode, pois, ser ultrapassado graças àquelas ferramentas. Só é mesmo necessário que cada associado se sinta um membro de pleno direito da BAD, com tudo o que isso significa de direitos e deveres. E o primeiro dever é participar, para bem do próprio, da Associação, da comunidade profissional e da sociedade portuguesa. A BAD está prestes a cumprir cinquenta anos. Foram muitas as dificuldades que foi necessário enfrentar, mas a História da BAD está cheia de sucesso desde a sua fundação. Vamos dar à BAD ainda mais força, com a participação de todos, para fazer face às dificuldades do tempo presente e começar a prepará-la desde já para ter uma presença ainda mais forte na sociedade portuguesa no seu segundo cinquentenário.

Nota Biográfica

António José de Pina Falcão nasceu a 16 de Setembro de 1950 em Castelo Novo, concelho de Fundão. Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, concluindo a Licenciatura em História (1980-1984) e o Curso de Especialização em Ciências Documentais (1984-1986). Consciente da necessidade constante de atualização profissional, frequentou de cerca de 70 ações de formação (principalmente no domínio da Informação e Documentação – política, gestão, técnicas, tecnologias, recursos) e em diferentes congressos e conferências, com destaque para os Congressos Nacionais de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, promovidos pela BAD, e para os congressos da IFLA.

Tendo iniciado a Carreira Profissional como Encarregado de Biblioteca nas Bibliotecas Municipais da Câmara Municipal de Lisboa (outubro de 1970 a outubro de 1972 e julho de 1975 a junho de 1986), regista ainda passagem nos CTT como Especialista de Documentação e Informação (julho de 1986 a dezembro de 1987), na Biblioteca Nacional como Coordenador da Área de Conversão Retrospetiva (janeiro a novembro de 1988), no Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial como Estagiário de Investigação (Área de Informação e Documentação, novembro de 1988 a outubro de 1990) e como Técnico Superior de Biblioteca e Documentação no Instituto Politécnico de Lisboa (outubro de 1990 a junho de 1992). Desde junho de 1992 que desenvolveu a atividade profissional na Presidência da República, sucessivamente como Técnico Superior e Assessor de Biblioteca e Documentação (junho de 1992 a dezembro de 2003), Chefe de Divisão de Documentação e Biblioteca (dezembro de 2003 a junho de 2010) e Diretor de Serviços de Documentação e Arquivo (julho de 2010 a 8 de março de 2021). Desenvolveu ainda Atividade Docente no Curso de Especialização em Ciências Documentais, nas disciplinas de “Catalogação” (1986-89) e “Instituições e Documentos” (1997-2007) e da Licenciatura em Estudos Europeus, na disciplina de “Bibliotecas e Arquivos Europeus” (2002-2005), da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. E colaborou ativamente como Monitor de “Catalogação”, em muitos dos cursos de técnicos profissionais (1988-1994) promovidos pela BAD. A sua bibliografia é composta por intervenções e trabalhos no domínio da Informação e Documentação, sendo 32 de natureza individual e 5 em co-autoria.

Merece especial destaque o contributo para o Associativismo Profissional, tendo integrado os órgãos sociais da BAD durante oito mandatos (1990-2010), quatro dos quais como presidente, dois como vice-presidente e dois como Vogal da Formação. Integrou, durante 6 mandatos (1992 e 2010), o Comité Executivo da EBLIDA – European Bureau of Library, Information and Documentation Associations.

O seu contributo à Informação e Documentação mereceu particular destaque pelos Presidentes da República com quem colaborou, tendo recebido as seguintes Condecorações Nacionais:

– Ordem de Mérito, grau de Oficial, em 2006, por alvará do Presidente da República, Doutor Jorge Sampaio

– Ordem do Infante Dom Henrique, grau de Comendador, em 2016, por alvará do Presidente da República Prof. Doutor Cavaco Silva

– Ordem de Mérito, grau de Comendador, em 2021, por alvará do Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

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